11 de outubro de 2010

De quem eu mais admiro...

Eles eram tão colonizados, tão caretas e carentes. Eles estavam tão perdidos no meio daquela fantasia sub-havaiana que já ia acabar. Ela era só uma moça querendo escrever um livro e ele era só um moço querendo morar num barco, mas se realimentando um do outro para. Para quê? Eles pareciam não ter a menor idéia. O cheiro dele era tão bom nas mãos dela quando ela ia deitar, sem ele. O cheiro dela era tão bom nas mãos dele quando ele ia deitar, sem ela. O corpo dela se amoldava tão bem ao dele, quando dançavam. Ele gostava quando ela passava óleo nas suas costas. Ela gostava quando, depois de muito tempo calada, ele pegava no seu queixo perguntando ― o que foi guria? Ele gostava quando ela dizia: Sabe, nunca tive um papo com outro cara assim que nem tenho com você. Ela gostava quando ele dizia: Gozado, você parece uma pessoa que eu conheço há muito tempo. E de quando ele falava: Calma, você tá tensa, vem cá. E a abraçava e a fazia deitar a cabeça no ombro dele para olhar longe, no horizonte do mar, até que tudo passasse, e tudo passava assim desse jeito. Ele gostava tanto quando ela passava as mãos nos cabelos da nuca dele, aqueles meio crespos, e dizia: Bobo, você não passa de um menino bobo...

' Não era bom nem mau: era apenas perfeito, sem pensamentos nem aflições '

Caio F. Abreu.

PS: tinha que postar!


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