26 de fevereiro de 2011

“Carta para o lado de lá. ”



Caio querido, esta é para te contar que desde que escrevi o nosso livro, aquele, que combinamos em 83, só me aconteceram coisas boas. Reli nossas cartas, chorei potes, respirei fundo, botei uma rosa na frente do seu retrato e mãos à obra.Entrevistei amigos, inimigos, editores, escritores e todos contaram histórias ótimas de você. Emoções fortes: estive na casa do Menino Deus, e sua irmã Claudia me mostrou tanta coisa que dava para fazer três livros! Amei a aquarela que você pintou na Praia do Rosa pouco antes de partir… já faz 15 anos!
Mas quero que você saiba que para teus livros, o tempo não passou. A moçada te lê com devoção. E quando alguém descobre que fui tua amiga, é uma enxurrada de perguntas, carinhos, uma delícia, como diria o Bivar.
Na noite de autógrafos do Rio, conheci o Candé Salles, lembra dele? Aquele ator de olhos verdes da peça “A beira do mar aberto” que ele encenou em 95, com a Natália Lage. Imagine só, hoje ele é diretor de cinema da Conspiração Filmes e estamos fazendo um documentário sobre você, baseado livremente no meu livro. Bem livremente mesmo, pois tudo que o Candé e eu fazemos é super livremente, do jeito que você gosta. Temos até imagens de você em branco e preto vivendo em Londres, 1974, pode? E o Cande é um Caio F. do século 21. Acho que o filme fica pronto no ano que vem! Te aviso! Você continua vivo no nosso coração. Beijos, da sempre sua, Paula Deep. 

( texto de Paula Dip publicado  no jornal O estado de São Paulo)
25.02.11  - 15 anos

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