Conversa de botas batidas.

Se eu dissesse que não doeu, que eu não quis morrer, que eu não quis a matar. Seria tudo mentira. Mas, se eu dissesse também que não esperava isso uma hora ou outra, estaria enganando a mim mesma. Acontece que a gente espera, mas nunca se prepara.

Eu me senti vulnerável. Como uma garotinha com medo de que roubem seu brinquedo predileto – não estou dizendo que tu és um brinquedo, mais sem duvida, tu és o meu guri predileto –

Não quero que tu te percas, não quero que te roubem. Mas como lutar com alguém que esta incomparavelmente mais perto? Não quero, não posso, mais tenho como impedir? Não...

A-                 A- Posso te contar uma coisa?

B-                B- Claro, conta tudo.

C-             

A- Conheci uma garota que mexeu comigo. Ela mora aqui perto e se preocupa comigo. E conseqüentemente, acabou me fazendo bem.

B- Olha, eu tremi, tremi agora. Não vou dizer que gostei disso, claro que não. Me deu um medo de alguém te tirar de mim absurdo, mas eu não posso ser egoísta contigo, NÃO CONTIGO, tu não mereces esse tipo de sentimento tão feio! Afinal, eu to aqui tão longe de ti... não posso te privar de nada, por mais que eu queira, assumo. E se ela mexeu contigo é porque algo de muito bom ela deve ter. Ela pode te cuidar por ai... Pode fazer tudo que eu, com a maior tristeza do mundo, não posso...

A- Sabe, eu meio que senti obrigação de te contar isso porque dentro de mim é como se tivéssemos alguma coisa e eu não vou me jogar de cabeça nessa historia.

B- Obrigada por ter me contado. Isso foi importante pra mim (...) 

 A- Você ainda é a pessoa com quem gostaria de estar pra sempre!

Tu       B- Também és a pessoa que eu mais gostaria de estar pra sempre.

E        Ela se despediu dele, com os olhos cheios de lagrimas e um aperto enorme no coração.

" De repente a gente sente que perdeu ou esta perdendo alguma coisa, morna e ingênua que vai ficando no caminho" Clarisse Lispector.