18 de outubro de 2012

Eu sempre achei lírios lindos sabia?
Pena que aqui na minha cidade, eu os veja tão pouco. Outro dia eu lembrei da vez em que estávamos passeando por ai e você pediu pra sentarmos no banco da pracinha quase deserta, famosa por seus lírios exuberantes. Foi quando você começou a mexer no meu caderno. Viu que lá estavam guardados vários envelopes de cartas, cada uma de uma cor. Quando eu, em um gesto quase desesperado as tomei de suas mãos. Você indagou
 - Porque você guarda todos essas cartas?
- Porque gosto.
- Você que as escreve?
- Sim...
- E elas tem dono?
- Tem...
- Porque então você não as entrega para ele?
Eu abaixei o olhar e deixei que as maças do meu rosto corassem.  E respondi apenas
– Talvez um dia...
Ele levantou meu queixo levemente com os seus dedos e exclamou
- Ele deve ser um cara de sorte.
Então você levantou e disse que estava atrasado para um compromisso e eu continuei la, vendo você se afastar e se misturar as pessoas que andavam tristes por ali.
Foi quando tive a oportunidade de te falar sobre meus sentimentos. Mas não o fiz, por covardia talvez, mas não o fiz. Deixei que você fosse embora mais uma vez sem entregar as cartas que escrevi quando o peito não aguentava mais de tanto amor. Mesmo assim, eu deixei você partir...
É, eu estava lembrando dos lírios, de você, do amor que eu nunca te dei e das cartas que eu jamais entreguei. (...)

"- O que você faz com as cartas que escreve?
- As guardo, a sete Chávez.Talvez um dia possa entregá-las pessoalmente.” –cfa-

3 comentários:

  1. Daquelas cartas lindas que não mandamos.

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  2. Daquelas cartas que a gente não tem como mandar.

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  3. ah legal msm esse texto; eu tenho cartas que eu nao entreguei... aloka, me identifiquei *-* OEIWOIEOW

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