23 de março de 2012

Auge.

As madrugadas sempre nos deixam ''mais''. Mais sensível. Mais vulnerável. E sobre tudo, mais carente.  Boca que implora por vodka e beijos. Lábios que se tocam. O doce da língua. O prazer dos dentes puxando os cantos dos lábios. Mão tremula desvendando cada detalhe das costas. Roupas jogadas por todos os lados. Chico Buarque rolando na antiga vitrola. O auge do amor. O clímax. Enfim. O céu.
Madrugadas te deixam essa sensação de poder muito sem ter obrigação de dar nada em troca.  Onipotência. Desejo a flor da pele. Chorar de saudade. De solidão. Gozar de prazer.  Madrugada é liberdade. Voar. Tocar o corpo quente. Desvendar os mistérios do corpo. Toque perfeito. Suspiros baixinhos.
As madrugadas te deixam despida de aparência. De mentira. Corpo nu. Sem vergonha. Ilusão. Malicia. O despertar dos sentidos. Dos sonhos. Caricia. Suor. Excitação. Tudo.
Nas madrugadas descobrimos o que guardamos no obscuro mundo interno. E bom, aprendemos a amar cada pequeno gesto involuntário. É isso que somos. É isso que sempre vamos ser.

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